Multi(Versos)Fotos, paisagens, gentes e memórias escritas na poesia de Marco Jardim (@marcoajardim no Instagram)
Pra quem vive bem, o tempo estaciona por frames de segundo.
E o mundo transita, equilibrando sulcos e frisos, lágrimas e risos.
Flutua, intrépida, a essência gotejada da vida.
A acidez e a doçura na inesperada partida.
Despertada, iluminada em chama de vela derretida.
Oscilante e eterna, acesa e alcalina, a vida.
Nos lírios de seu vestido, tocando o braço da mesa, veja.
É o som cacheado do poeta bandoleiro.
Faceiro, anti-herói, vaidoso até.
Bendito seja o som da bossa, axé, travando a língua raiz.
Cordão umbilical rompido em dia cor de giz.
Na barra da saia da vida, poema cantado, aprendiz.
Interestelar, tomando o tempo e o espaço na infinita distância.
É esta a ânsia do “nossa, que dia feliz”.
É como levar os abraços pra casa em ciranda.
A inteira vida tocada em brisa branda.
A música, hoje, eu mesmo escolho.
Mas quem tem a chave que cabe precisa no ferrolho da idade do mar?
Somente a existência sabe medir o meu PH com exatidão.
Entre a certeza do amor e a delicadeza, a vida que resta no meu coração.
(Marco Jardim)