A necessidade de uma atuação intersetorial e interinstitucional, que congregue esforços de instituições públicas e da sociedade civil, para proteção efetiva de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social foi reforçada hoje, dia 10, durante o ‘Evento alusivo ao dia nacional de enfrentamento ao trabalho infantil - Fetipa em rede contra o trabalho infantil’. O evento, destacou a coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente do Ministério Público estadual (Caoca), promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi, representa a união de esforços de diversas instituições para o enfrentamento do trabalho infantil, que afeta uma em cada dez crianças do mundo, e se configura como um momento de diálogo e construção de estratégias para a efetiva modificação desse cenário. Segundo registrou o procurador-geral de Justiça Pedro Maia na mesa de abertura, o Brasil tem quase dois milhões de crianças e adolescentes sujeitos ao trabalho infantil, sendo que 187 mil deles estão na Bahia.
A promotora de Justiça lembrou ainda que, quando uma criança é obrigada a trabalhar, ela vivencia inúmeras violações e perde oportunidades essenciais para o seu futuro, sendo, muitas vezes, submetida a condições perigosas e insalubres e a outras violências, inclusive de natureza sexual, que podem causar danos físicos e emocionais permanentes. O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, registrou que o trabalho infantil é uma “expressão da trincheira mais radical da brutalidade da
Também participaram da mesa de abertura a procurador-geral de Justiça Adjunta, Norma Cavalcanti; o coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MP (Ceaf), promotor de Justiça Márcio Fahel, que assinalou que a erradicação do trabalho infantil, antes de ser um compromisso constitucional, é uma exigência civilizatória. Além deles, a vice-procuradora-chefe do MP do Trabalho na Bahia, Letícia Vieira, lembrando que o combate deve ser diário; a juíza do Trabalho Viviane Christine Ferreira, que reforçou a importância do que dispõe o artigo 227 da Constituição Federal; a coordenadora da Defensoria Especializada dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica), defensora pública Gisele Aguiar, que assinalou que o trabalho infantil é fruto da desigualdade social extrema; a presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do
O evento foi realizado pelo MP em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, dentre outros órgãos componentes do Fetipa. Ele foi aberto com apresentação do grupo ‘Canto Coral do Bairro da Paz’, integrante do ‘Coral Neojibá’ e teve ainda lançamento do ‘Pequeno Manual de Aprendizagem’, produzido pelo Caoca. A programação contou também com palestra sobre ‘Trabalho infantil: uma violência invisível’, com a secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), Katerina Volcov, mediação de Ana Emanuela Rossi e, como debatedores, o auditor fiscal do Trabalho, Antônio Ferreira Neto, e a procuradora do Trabalho Luiza Fidalgo; ‘Protagonismo de crianças e adolescentes diante do trabalho infantil’, com o advogado Felipe da Cunha, mediação de Viviane Ferreira e, como debatedoras, a promotora de Justiça Márcia Rabelo e a defensora pública Gisele Aguiar. Também foram apresentadas algumas ações de enfrentamento ao trabalho infantil na Bahia, pela médica sanitarista do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cesat), Letícia Nobre, e Anderson Alves, da Coordenação-Geral de Políticas para Juventude (Cojuve), com mediação da procuradora do Trabalho Andréa de Sá; e realizada a oficina ‘Fluxo de trabalho em rede’ pela juiza do Trabalho Eliana Alves Nogueira, com mediação do advogado membro da OAB, Marcus Vinícius Magalhães.