Fligê 2023Cobertura da Feira Literária de Mucugê - 6ª edição.
“É uma alegria, dentre das nossas perdas e danos, ter esse respiro para poder honrar a beleza que é a vida. Literatura é vida, vida que é um sopro e ao mesmo tempo é a chama e a finitude. Essa é a nossa compreensão da literatura e da música, como vida”, discursou a professora Ester Figueiredo, curadora da Feira, na cerimônia de abertura, que também foi o evento de assinatura do termo Educação Literária, entre o Conselho Estadual de Educação e a Fligê.
De acordo com a curadora, a Fligê alcança um novo patamar nesta sexta edição, se consolidando como o principal evento literário do interior baiano, que dialoga com a educação, a cultura e o turismo, em contato com a natureza e os atrativos da Chapada Diamantina. A professor Ester, em sua fala, também dedicou toda a programação da Fligê ao amigo e colaborador do evento, Heliomar Porto - o Ninja, que faleceu nesta quarta-feira.
Para a prefeita da cidade, Ana Hora Medrado, a feira literária tem sido uma forma de promover a educação e a cultura, incentivando a leitura e despertando em professores e alunos mais interesse pela escrita.
“Há sete anos recebi a visita do deputado Waldenor e sua esposa Ester. Foram me dar um presente, um presente para Mucugê, que foi dizer que iria realizar a feira literária em Mucugê. Estou para agradecer esse carinho, esse amor, esse zelo que têm por Mucugê. Toda a população agradece a vocês pela Fligê, um evento desse é para nossos alunos, professores. Faz nossos estudantes se dedicarem à leitura”, agradeceu a gestora.
Em nome do governo estadual, o diretor da Fundação Pedro Calmon, Vladimir Pinheiro, falou sobre as importâncias das feiras literárias e destacou o incentivo que o governo tem priorizado para realizar eventos como a Fligê por toda a Bahia.
“Hoje Mucugê é a capital da literatura do nosso estado. Está hoje no território da Chapada esse tripé do governo estadual: educação, cultura e territorialização. Estamos apoiando 45 eventos literários no estado, eventos que têm como máxima o protagonismo juvenil e dos estudantes. São sonhos, utopias, as diversas linguagens artísticas. Aqui estamos dando sequência a quem sonhava com um mundo diferente, mais justo, mais solidário, mais fraterno”, destacou.
A Fligê acontece até o próximo domingo (20), em Mucugê e na vila de Igatu, com uma programação que reúne escritores baianos e nacionais, produções artísticas independentes, atrações infantis, teatro, cinema, música e exposições visuais de diferentes linguagens.
Após a abertura, o cantor, compositor e escritor Arnaldo Antunes e o cantor Chico César se apresentaram no palco da Praça dos Garimpeiros.
Educação Literária - O termo assinado na abertura do evento foi uma iniciativa do Conselho Estadual de Educação (CEE-BA), que cria a comissão que irá trabalhar na resolução que estabelece o processo de construção de eventos literários, na perspectiva da inter-relação escola e sociedade.
Para o presidente do CEE-BA, Paulo Gabriel Nassif, a Fligê foi a inspiração para a concepção do termo. “Na experiência da Fligê a gente encontra inspiração para criar essa comissão. É uma das maiores feiras literárias da Bahia e do Brasil, mas acima de tudo é aquela que apresenta maior organicidade com a comunidade e com o território. É assim que a gente quer ver todos os eventos literários da Bahia”, afirmou.
Um marco histórico foi registrado nesta quinta-feira (17): pela primeira vez um termo foi assinado fora da capital do Estado, em 181 anos de história do Conselho.