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A campanha de 70 anos da Volkswagen no Brasil que traz o deepfake de Elis Regina, ao lado de sua filha, Maria Rita, cantando o sucesso Como Nossos Pais permite que as boas ideias tenham uma realização surpreendente na opinião de Luiz Cavalheiros, publicitário e professor do curso de Comunicação e Publicidade da ESPM Rio.
“O principal fundamento da publicidade, que é a ideia, agora pode contar com a vantagem do apoio tecnológico para viabilizá-la. Hoje qualquer ideia perfeita vai funcionar”, diz.
De fato, a Inteligência Artificial abre caminhos para a propaganda. Marcos Lamb, professor do curso de Comunicação e Publicidade da ESPM Porto Alegre, destaca dois pontos. O da emoção, como pode ser visto no filme da VW, e o racional, em que o uso da IA ajuda, por exemplo, na análise de dados e no relacionamento direto com o consumidor.
“O uso da IA expande as possibilidades criativas e também tem sido fundamental para a gestão da publicidade online”, diz.
Porém, nem tudo é positivo em relação às questões sobre Inteligência Artificial, mesmo na propaganda. Cavalheiros lembra que com o aperfeiçoamento das ferramentas ficará mais difícil identificar o que é real e o debate sobre regulação na indústria da comunicação será mais exigido.
“Em uma publicidade sem limites, pode-se usar um deepfake para o bem ou para o mal. E surge outra questão que é sobre direitos autorais, uma vez que a IA pode evoluir a ponto de fazer parte do processo criativo”, diz.