Quem passar pela Praça Tancredo Neves nos próximos dias encontrará as árvores enfeitadas de laços brancos, um gesto simbólico dos povos de terreiro, que declara o amor pela cidade e também marca o dia de Combate à Intolerância Religiosa que acontece neste 21 de janeiro.
Para explicar aos passantes da praça sobre a Alvorada dos Ojás e também sobre o combate à intolerância religiosa, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes), por meio da Coordenação de Promoção da Igualdade Racial (Coopir), realizou uma ação de orientação com distribuição de panfleto informativo sobre o assunto.
“Segundo informações da Rede Caminho dos Búzios, este é o oitavo ano que o povo de terreiro realiza a Alvorada para chamar atenção contra a intolerância religiosa, ação essa que tem todo apoio da Prefeitura de Conquista”, explicou a coordenadora da Coopir, Olinda Pereira.
Para o secretário de Desenvolvimento Social, Michael Farias, “as ações desenvolvidas pela Semdes materializam o compromisso do governo municipal com o enfrentamento à toda forma de preconceito e fortalece uma perspectiva de Direitos Humanos “.
Passando pela praça, o professor Maurício de Oliveira Silva, avaliou como positiva a ação e acredita que todas as religiões devem ser respeitadas e isso não deve ser diferente com as religiões de matriz africana. “Isso demonstra que essas religiões afro existem, que elas devem ser respeitadas, elas trazem a ancestralidade das pessoas negras que já sofrem com o racismo. Eu entendo que este laço simboliza que eles abraçam a cidade, que eles querem ser livres, que eles querem ser respeitados”, salientou Maurício.
Roda de conversa– Além da ação na Praça, o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Pedrinhas promoveu uma roda de conversa com o tema “Intolerância Religiosa: é preciso combater”. A ação aconteceu no auditório da Faculdade Santo Agostinho e contou com a participação de representações de várias religiões. Para a bispa da Igreja Batista El Shaday, Rita Fernandes, a intolerância é um mal que atinge todas as religiões. “Nossa igreja sofre com as ações de intolerância, mas não temos o costume de denunciar. Eu respeito todas as religiões, tenho amigos de várias denominações. Eu sou contra a intolerância e combato isso na minha igreja”, declarou Rita.